Eu sei que eu já tô meio atrasada. Já passou do Dia de Reis, todo mundo já desmontou suas árvores e a conversa agora é sobre Carnaval e os feriados de 2015. Mas eu ainda queria dividir minhas humildes intenções pra esse ano que chegou. Posso? Obrigada.
Acho que tão popular quanto fazer listas de resoluções de Ano Novo é reclamar de quem faz as tais das listas, desse bando de iludidos que prometem todo ano emagrecer e sair do aluguel, mas nunca dão um passo à frente.
Pra que planejar se nada vai acontecer, não é verdade? E isso de esperar virar o ano é tão infantil. Como se uma convenção, uma data, fosse alterar tudo. Quem quer mudar, começa por qualquer dia.

Eu poderia até concordar com isso, não fosse o modo como nossa sociedade organiza o tempo. O fim de um ano é o fim de um ciclo sim, e tudo realmente recomeça no ano seguinte, é como a contagem é feita.
Daí que todo esse ritual de mudança é um ótimo empurrão pra fazer a gente refletir sobre o que fez e o que vai fazer. Que mal há nisso? Mesmo que as intenções fiquem pelo caminho, ao menos elas existiram. E se der pra concretizar ao menos um pouco, acho que a gente já sai no lucro.
Ano passado eu estava cheia de ambições. Um dos meus planos era de ler pelo menos um livro de cada vencedor do Nobel de Literatura, o que daria um total de 110 livros.
Acho que eu fiquei animada pelo fato de a Alice Munro ter sido a primeira contista a vencer desde a criação do prêmio (e eu sou uma preguiçosa contista aspirante). Comecei por ela mesma com Ódio, amizade, amor, namoro, casamento, e acabei gostando só do primeiro e do último conto da coleção.

Tá, eu não tinha o plano de ler todos esses livros num ano só, mas mesmo assim, acabei ficando bem abaixo da minha meta. De outros nobelizados só li Amada da Toni Morrisson (que me marcou pra sempre e eu preciso escrever a respeito um dia) e O Senhor das Moscas, do William Golding.
Também reli O Velho e o Mar do Hemingway, mas acho que reler não conta.
Dei com os burros n’agua, né? Mas que nada. 2014 foi o ano em que comecei o meu próprio clube do livro, uma vontade que eu tinha há tempos. Consegui reunir gente muito legal que eu já conhecia e pessoas super bacanas que eu encontrei por lá. Foram horas e horas de ótimas discussões uma tarde de sábado de cada mês.

Ano passado eu também comecei o meu curso de Letras, o que me levou a ler bastante coisa também. Boas e ruins, mas assim é a vida. Sem falar que voltei a estudar francês, o que me dá esperanças de ler várias obras francófonas no original em um futuro próximo.
2014 rendeu bastante sim, embora de um jeito diferente do que eu tinha imaginado. E não é essa a graça de fazer planos? A diversão de ver os desvios que a realidade fez depois?
Pra 2015 eu quero continuar com esse plano de ler os ganhadores do Nobel, mas muito sem pressa mesmo. Se rolar rolou. Também estou com mais esperança de finalmente cumprir a minha meta no Goodreads, e pra isso baixei minha meta do ano passado, de 50 passei pra 40 livros (acabei só lendo 32 em 2014).
Também espero avançar na lista que está lá, principalmente dos livros que já tenho em casa.
Recomendo a todo mundo que tem como meta “ler mais em 2015” que faça conta no Goodreads e participe do desafio. Dá pra usar a conta do Facebook mesmo, e procurar “reading challenge”. E se fizerem isso, me adicionem, adoro dar palpite na lista dos outros 🙂
Por fim, quero conhecer mais de autores que descobri (ou redescobri) ano passado, como Margaret Atwood, Chimamanda Adichie, Tennessee Williams e Kate Chopin. E saber de mais e mais e mais desse mundo da literatura que é grande demais e não cabe em uma vida.
Se ao menos eu conseguir acessar meu perfil do Goodreads na próxima encarnação…
Só tenho três resoluções esse ano:
1 – Não ser reprovada nas quatro disciplinas de estatística que cursarei;
2 – Submeter um artigo (caso contrário, já era qualificação e posteriormente pós);
3 – Exorcizar essa banha abdominal demoníaca.
=P
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Achei justas as suas resoluções. Eu tenho mais algumas, resolvi começar por essas aí porque livro pelo menos é mais fácil. Uma das minhas outras esse ano é conseguir dirigir pelo menos até a UFMG e voltar o/
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